sábado, 28 de abril de 2012

A corça de Cerínia

      Olá, agora falaremos sobre o mito Grego da Corça dos pés de bronze.
      A corça também era chamada de corça de Cerínia, que habitava o monte Cerineu, era caracterizada como uma corça de chifres de ouro e pés de bronze, era dotada de uma imensa rapidez. Como era uma protegida de Ártemis acabava por se esconder em um templo da deusa.


      Para entender o mito primeiro farei dois comentários. Na Grécia a deus Ártemis que era uma deusa muito ligada à natureza e a caça. No entanto ela consagrava as corças, e as protegia. A segunda consideração é que a captura da Corça dos pés de bronze foi um dos 12 trabalhos de Héracles.
      Para quem não se lembra dos 12 trabalhos a história é assim: Héracles sempre foi odiado por Hera, então em seu casamento com Mégara, Hera, fez com que ele enlouquecesse, nesse acesso de loucura ele matou Mégare e seus filhos. Quando Héracles recuperou a razão foi até o oráculo, este que o disse para fazer 12 trabalhos para seu primo Euristeu.
      O texto foi tirado de um livro que amo muito: Mitos e lendas da Grécia, de Alain Quesnel e Jean Torton.
Vamos lá.

“Avançando com cuidado pelo pântano de Lerna, Héracles para de repente. Aponta uma árvore e diz a seu sobrinho Iolau:
─ Eis o plátano que a grande deusa Atena me indicou. É ali que mora a hidra...
De imediato, Iolau acende uma fogueira e prepara flechas incendiárias. Héracles atira várias em direção à árvore.
Perturbada, a hidra salta furiosamente do fundo do pântano. Ela é um monstro terrível:  seu corpo de cachorro ostenta nove horrorosas cabeças de serpente, uma das quais diz ser imortal.
Brandindo sua clava, Héracles golpeia com violência as cabeças da hidra, mas acaba descobrindo que para cada uma das que esmaga, nascem mais duas ou três. Então, ordena ao sobrinho que ponha mais lenha na fogueira e queime a cabeça do monstro mal, elas vão nascendo.
Em pouco tempo, só resta a cabeça imortal, que é parcialmente de ouro. Deixando de lado a clava, Héracles corta essa cabeça com um único golpe da foice. A horrorosa cabeça continua assoviando, mas o herói enterra-a debaixo de uma enorme rocha. Entretanto, nada disso satisfaz o rei Euristeu, dono de Héracles:
─ Agora quero que você capture para mim a corça de Cerínia ─ diz ele. ─ E que a traga viva a Micenas.
Héracles fica perplexo. Dessa vez não se trata de um monstro perigoso. Mas é praticamente impossível prender esse animal, que, além de ser incansável, corre com assombrosa rapidez. Seus chifres de ouro e seus cascos de bronze não se gastam nunca.
Héracles logo parte, durante dias percorrendo as planícies e montanhas, bosques e campos. Por fim, encontra a corça. Mas ela, que percebeu a presença de um estranho, foge com a rapidez de relâmpago. O herói corre atrás, mas, se nem consegue vê-la de perto, muito menos pode apanhá-la. De vez em quando, entrevê o animal, que de longe, parece zombar de Héracles. Assim que começa a persegui-la a corça escapa a toda velocidade. Ela corre para as terras brumosas, frias e nevadas onde moram os hiperbóreos, os homens do norte. Na neve, no gelo, nos bosques de bétulas, Héracles não lhe dá trégua, mas já se passou um ano inteiro sem que ele conseguisse aproximar-se realmente do animal.
Um dia, vê de longe a corça beber água junto a um rio. Ele hesita. Não adianta começar a perseguir o bicho, pois a distancia que os separa é enorme. Então, estica o arco e faz pontaria com muito cuidado, mirando as patas dianteiras do animal. Com fantástica precisão, a flecha passa entre o tendão e o osso das patas, imobilizando-as sem derramar nenhuma gota de sangue.
Berrando de alegria, Héracles corre para a corça. Retira a flecha com carinho e cuidado, amarra as patas do animal e carrega-o.
É quando a deusa da caça Ártemis, aparece e diz:
─ Esse animal é consagrado a mim, você não tem o direito de trata-lo dessa forma.
Héracles acalma a divindade explicando que só capturou a corça porque foi obrigado a isso. Não queria causar nenhuma afronta a Ártemis. Se há algum culpado, não é ele, mas Euristeu, que lhe ordenou este trabalho. Convencida, Ártemis deixa o herói ir embora.
Em micenas, outras façanhas o aguardam.
Tem que capturar o sanguinário e monstruoso javali que assola a região de Erimanto. Quando se livra dessa tarefa, é obrigado a limpar as cavalariças do rei Áugias, soberano negligente que há anos não manda recolher o estrume dos cavalos. As cachoeiras estão tão sujas e fedorentas que exalam um gás mortal. Abrindo duas brechas nas paredes, Héracles desvia o curso de dois rios das redondezas e, fazendo que eles passem por dentro das cavalariças, limpa-as.
Em seguida, o herói tem de ir ao lago de Estinfalo, onde vivem pássaros antropófagos que tem bicos e asas de bronze. Com seu arco consegue abater várias dessas aves e expulsar as restantes para outros países longínquos.
Depois, atravessa o mar para amansar o touro de ventas de fogo que assola a ilha de Creta. Mais tarde da outra extremidade da Grécia, captura as temíveis éguas carnívoras do cruel rei Diomedes. Tendo cumprido oito das tarefas, volta para perto de Euriseu. Novas provas o esperam”.


Obrigada e bons sonhos... Ou não.




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